Paisagens aprazíveis, paisagens desoladas.
Paisagens da estrada da vida mais que da superfície da Terra.
Paisagens do tempo que lentamente flui, quase imóvel, que flui para trás.
Paisagens dos pedaços de carne, dos nervos lacerados, das saudades.
Paisagens para cobrir as chagas, o aço, o estilhaço, o mal, a época, a mobilização, a corda ao pescoço.
Paisagens para abolir os gritos.
Paisagens como se tapa a cabeça com um lençol.
Henri Michaux, Doze Nós Numa Corda (Poemas traduzidos por Herberto Helder)
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