Nikon F50, Kodak 200 ISO, Praia da Amoreira 2002
Nada
Antes não havia nada. Nada senão oliveiras e céu, Alentejo pobre, terra de alguns. Hoje, apesar do progresso, o nada é maior. Continuo a voltar lá para sonhar e me desiludir. Para endurecer e fortalecer o cinismo necessário à sobrevivência. Do nada aproveito tudo.
(Paulo Nozolino)
Deparo-me muitas vezes com este contacto com o "nada". No local onde trabalho e recolho os dados para a minha tese de mestrado, é assim... um nada absoluto, penetrante e por vezes gritante, outras vezes confortante. E se no meio dele me esqueço do tempo e abarco esse deserto com todo o meu ser, longe dele encaro-o com medo e relutância. E a nossa noção de tempo é diferente da daquelas pessoas que do vazio fizeram a sua vida. Porque no ruído do dia-a-dia a ideia de vazio toma outras proporções e surge quase como uma ferida.
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